quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Experimentações

Não que já seja tarde

 que seja a distância que separa a âncora de pupilas mais abertas

que os mares sejam secos e não há mais nem marisco a espera

de mãos de pescador .


Muito tudo é muito pouco no infinito

onde um mundo de pequenas alegrias vem em passos formigas

na árvore vida trazendo prazer ao paladar de viver .


Onde poder tocar barriga tua seria a ascenção de ter sido contemplada pelo milagre da

sensação casa , lar  , minha vida .

E ouvir te dizer coisas que só nós entendemos em platéia desconhecida tanto pra mim

quanto para ti , é Piaf cantando coreografia de Pina Bausch  ; beautiful stranger .

É gargalhar felicidade , é suar tesão e sentir cheiro teu em  Laguna Niguel ensolarada .


Não que seja tarde o pôr do sol de amor, talvez seja inverno medo , de verões causadores de

câncer decepções e medo de pisar em terra molhada do se entregar novamente .

Mas vamos indo , rindo pelas beiras do que é mostrado da melhor parte de nós ,

medo de não sermos marisco para bom pescador .

Onde palavras substitutem olho no olho, toque mão-pescoço , palavras ao ouvido

e nem desgustamos ainda da nossa cerveja .

Seis meses mesmo ?

Mas alegrias formigas estão por vir no nosso balaio de cerejas pra licor

nosso licor está por vir na mesa de qualquer pub irlândes , que seja , hollywoodiano então .

Como quiser .


Já não tenho medo de lobos , tão menos de não entender-te direito
 e tão pouco medo do medo . Vá te embora daqui !

Meu lar doce home não tem espaço pra pensamentos empoeirados e dúvidas colocadas por terceiros.


Quero mais é viver e tocar sua barriga . Ok , não vou pedir pra me prometer nada dessa vez .

Porque a vida é efêmera e cumprir promessas não cabe mais nesse mundo contemporâneo  ,

quanto mais pedi-las a lindos lobos de pêlos queimado de sol .


Nada tenho esperado também

Nos sonhos suas visitas são frequentes

quando suas palavras não alcançam meu fuso horário .


Adoro  a palavra adorável e meu apelido depois dela

adoro beijos teus em minha nuca quando estou

babando no travesseiro esquerdo com flores e borboletas na fronha .


Obrigada por me visitar no momento onde levantar o pézinho esquerdo

era já cinzento em minhas memórias diante da janela molhada de chuvas de verão .

 Janelas tão cinzentas quanto céu cinzento quanto eu cinzenta .



A árvore vida tem florescido em passos formigas ,

as raízes ainda estão fracas , mas a água está em nossas mãos , e o rum também , hahahaha -

com reticências pra me lembrar  você .

Não entendo o hahahah com reticências , seria quando damos uma gargalhada e vamos fechando

 a boca com um sorriso meio tímido porque os olhos se encontram ?


Eu ainda não te vi gargalhar mas eu gosto dos três pontinhos , deve ser continuação .

Delírio meu certamente .

Uma mulher só precisa de atenção . É atenção , não vigília, não caminhada em Santiago , muito menos serenata a noite toda com amigos desafinados .
É atenção . Tão curta como a palavra .

É satisfatório. É quase um cosmopolitan de Miguel Michael .

Mas uma coisa eu odeio. Eu odeio o tempo . O tempo é uma tristeza, pra tudo esse maldito quer se intrometer

é tempo pra esperar , é tempo pra dizer as palavras certas, é tempo para beber, pra transar ,

pra dizer que se ama , é tempo pra te ver , é tempo curto diante de você . E o pior não há nada o que se fazer contra ele .

Se é só com o tempo que você vem eu espero .

Eu sou o marisco e você o pescador , ou também posso lhe tirar esse fardo .

Você é o marisco .

Não que já seja tarde , mas você está esperando que eu deite na minha fronha de borboleta .

Eu te encontro então , porque o tempo não espera .


Um beijo ,

 com reticências .


                                                                                       Figura:    Loui Jover


































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